Capital e Trabalho
Trabalho e capital são os pólos opostos da sociedade capitalista. Esta polaridade começa em cada empresa e é concretizada em escala nacional e mesmo internacional como uma gigantesca dualidade de classes que domina a estrutura social.
Seja qual for a sua forma, como dinheiro ou mercadorias ou meios de produção, o capital é trabalho: é trabalho que foi realizado no passado, o produto concretizado de precedentes fases do ciclo de produção que só se torna capital mediante apropriação pelo capitalista e seu emprego na acumulação de mais capital.
Ao mesmo tempo, como trabalho vivo que é comprado pelo capitalista para acionar o processo de produção, o trabalho é capital.
Aquela parcela de capital monetário separada para pagamento do trabalho, a parcela que em cada ciclo é convertida em força de trabalho viva, é a parcela de capital que representa a população trabalhadora e a ela corresponde, e sobre a qual subsiste.
Antes de qualquer outra coisa, portanto, a classe trabalhadora é a parte animada do capital, a parte que acionará o processo que faz brotar do capital total seu aumento de valor excedente. Nessa condição, a classe trabalhadora é antes de tudo matéria-prima para exploração.
Protesta e submete-se, rebela-se ou é integrada na sociedade burguesa, percebe-se como uma classe ou perde de vista sua própria existência, de acordo com as forças que agem sobre ela e os sentimentos, conjunturas e conflitos da vida social e política.
Em sua existência permanente, é a parte viva do capital, sua estrutura ocupacional, modos de trabalho e distribuição pelas atividades da sociedade que são determinados pelo processo em curso de acumulação do capital.
É captada, liberada, arremessada pelas diversas partes da maquinaria social e expelida por outras, não de acordo com a sua própria vontade ou atividade própria, mas de acordo com os movimentos do capital.
Disto decorre a definição formal de classe trabalhadora como a classe que nada possuindo senão sua força de trabalho, vende essa força ao capital em troca de sua subsistência.
Com as repetidas manifestações deste ciclo, o trabalho tende a acumular-se nas indústrias e ocupações que são menos suscetíveis de aperfeiçoamento na engenharia da produtividade do trabalho.
As taxas de salário nessas “novas” indústrias e ocupações são mantidas baixas pela contínua disponibilidade de população excedente relativa criada pela produtividade incessantemente crescente do trabalho em ocupações mecanizadas.
Isto por sua vez estimula o investimento de capital em formas de trabalho que exigem massas de trabalho manual a baixo custo.
Em consequência, vemos na indústria capitalista uma tendência secular ao acúmulo de trabalho naqueles segmentos da indústria e do comércio menos afetados pela revolução técnico-científica: o setor de serviços, vendas e outras formas de comercialização e trabalho escritorial, na medida em que não sejam mecanizados.
Ademais, a massa de emprego não pode ser separada de sua correlata massa de desemprego. Nas condições do capitalismo, o desemprego não é uma aberração, mas uma parte necessária do mecanismo de trabalho do modo capitalista de produção.
O desemprego é apenas a parte contada oficialmente do excedente relativo da população trabalhadora necessária para a acumulação do capital e que por sua vez é produzida por ele.
A população excedente relativa, o “exército de reserva industrial”, assume formas variadas na sociedade capitalista, inclusive: os desempregados; os temporariamente desempregados; os empregados em tempo parcial; a massa das mulheres que, como “donas de casa” ou trabalhadoras domésticas, constituem uma reserva para as ocupações consideradas “femininas” pelo mercado; os exércitos de imigrantes; e a população negra com suas taxas extraordinariamente elevadas de desemprego.
Esta é uma cadeia em que cada elo pressupõe os restantes, e na qual “a acumulação da riqueza em um pólo é, portanto, ao mesmo tempo, acumulação da miséria em outro”.
BRAVERMAN, Harry [1974]. Trabalho e capital monopolista: a degradação do trabalho no século XX. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981.
Enem 2016c - 04
a) desvalorização dos postos de gerenciamento.
b) regulamentação de leis trabalhistas mais rígidas.
c) fragilização das relações hierárquicas de trabalho.
d) decréscimo do número de funcionários das empresas.
e) incentivo ao investimento de longos planos de carreiras.
d) decréscimo do número de funcionários das empresas.
Enem 2014a - 32
a) derivada do aumento da riqueza e da ampliação da exploração do trabalhador.
b) instaurada a partir do fortalecimento da luta de classes e da criação da economia solidária.
c) estruturada na distribuição equânime de renda e no declínio do capitalismo industrial e tecnocrata.
d) fundada no crescimento proporcional entre o número de trabalhadores e o aumento da produção de bens e serviços.
e) baseada na desvalorização do trabalho especializado e no aumento da demanda social por novos postos de emprego.
a) derivada do aumento da riqueza e da ampliação da exploração do trabalhador.
Enem 2012b - 42
a) diminuição dos custos — redução da competitividade.
b) aumento da eficiência — perda dos postos de trabalho.
c) reforço da produtividade — ampliação das negociações.
d) inovação dos investimentos — flexibilização da produção.
e) racionalização do trabalho — modernização das atividades.
b) aumento da eficiência — perda dos postos de trabalho.